Na noite desta quinta-feira (03), a Câmara Municipal de Itapeva aprovou um requerimento do vereador Professor Andrei Muzel que requer à Santa Casa de Misericórdia de Itapeva que informe sobre o planejamento e cronograma para a realização das cirurgias eletivas, bem como, sinalize esclarecimentos diante da demora para que seja dado início aos procedimentos. O vereador solicitou ainda a lista geral das pessoas que se encontram na fila aguardando para serem chamadas.
Ao discutirem sobre esse requerimento os vereadores criticaram a postura do Poder Executivo no que diz respeito ao repasse de verba a Santa Casa de Misericórdia de Itapeva que vem tendo que fazer eventos beneficentes para arrecadar verbas. Diante das criticas a vereadora Áurea disse que a situação é grave e contou que de acordo com o relatório que recebeu da instituição filantrópica, hoje a Santa Casa tem em caixa cerca de R$ 150 mil e que diante da defasagem de salários médicos estão pedindo a conta e que a entidade só em folha de pagamento tem que desembolsar quase R$ 2 milhões.
“Quatro médicos cirurgiões pediram a conta na Santa Casa hoje e estão de aviso prévio”, informou Áurea visivelmente desanimada com a situação se dizendo preocupada com a demissão, sem saber o que pode ocorrer diante desse pedido dos médicos que de acordo com a informação se deve a defasagem de salário.
O temor dos vereadores que acompanham a situação é de que a fila de quem espera por uma cirurgia que já está parada, acabe aumentando ainda mais e o mais preocupante; quem já tinha feito exame acabe perdendo a chance de cirurgia e tenha que refazer todos os procedimentos novamente diante do quadro atual.
A vereadora Débora Marcondes criticou o repasse que foi anunciado pela Secretaria Municipal da Saúde onde de acordo com ela, foi o mesmo valor de anos anteriores e lembrou que nesse tempo houve aumento de tudo, menos do repasse. “Primeiramente essa responsabilidade não é da Santa Casa e sim da Secretaria Municipal da Saúde, que anunciou que havia empregado dois milhões para cirurgia eletivas junto a Santa Casa, porém esse é um valor que já havia sido pago no ano passado e em 2021 também, e a secretária Vanessa Guari havia dito que fechou o convênio para 30 cirurgias por mês, porém a lista de espera já passa de 900 pessoas, ou seja, 30 meses fazendo cirurgias, dois anos e meio, então a pessoa que está com uma hérnia, crescendo, com dor, vai ter que esperar dois anos, com problema na vesícula, com pedra no rim, e ai o que era para ser uma cirurgia eletiva, acaba se tornando de urgência porque não foi feita”, disse.
Débora ainda criticou a postura da secretária Vanessa Guari que de acordo com a vereadora não transparece estar interessada em resolver o problema. “Quando vamos em uma reunião da Santa Casa o que é discutido são cargos, cargos e cargos, quem já participou, viu isso, agora vai perguntar para as pessoas na rua qual o principal problema de Itapeva hoje e é saúde e desemprego, e ai quando vai lá ou a secretária (Vanessa Guari), ou fica no celular mexendo, ou discute sobre cargos, quem vai sair, quem vai entrar, quem vai indicar, e as pessoas como ficam nessa sofrendo com dor e faltando remédio na assistência farmacêutica”, desabafou.
A vereadora ainda afirmou que há óbitos ocorrendo no município por falta de gestão. “Tem pessoas morrendo em nosso município por falta de gestão, é muita irresponsabilidade, não sei se é porque o prefeito foi mandado embora da Santa Casa e agora quer destruir a Santa Casa, já acabou com a praça (Anchieta), acabou com os empregos e agora quer acabar com a Santa Casa”, disse Débora.
Já o vereador Robson Leite, o único vereador da situação que procurou defender o prefeito Mário Tassinari disse que o problema das cirurgias eletivas é de responsabilidade da Santa Casa que não tem equipe para realizar os procedimentos e que não deixa equipes de fora realizar as cirurgias. “A eletiva não é responsabilidade da secretaria, o dinheiro está lá, não tem médico para operar, a Santa Casa não deixa trazer equipe, o prefeito Mário tentou trazer equipes de outras cidades já para operar aqui e a Santa Casa não deixa, essa fila das eletivas é de mais de sete anos, desde quando você foi prefeito Roberto (Comeron), temos que ser coerentes, entendo que está chegando a eleição, mas o prefeito não é candidato a reeleição, então vamos falar dos fatos, hoje foi feito toda a parte de exame, pré-operatório e ai chega na Santa Casa é ela que tem que ter o cronograma, montar a equipe e ai vem jogar nas costas da secretária, do prefeito, temos que ser coerentes”, disse Robson.
No final a vereadora Áurea informou ainda que na segunda-feira (07), a diretoria da Santa Casa anunciou uma coletiva de imprensa para esclarecer qual a real situação de momento da entidade.